Nesta quarta-feira, começa o Mundial Sub-17, e como vocês sabem, escrevi
sobre divisões de base no finado (e em processo de ressurreição) Olheiros.net.
A Seleção Brasileira, que se classificou com a terceira colocação no
Sul-Americano Sub-17 (embora de maneira invicta), está no Grupo A do torneio,
ao lado de Honduras, Eslováquia, e Emirados Árabes Unidos, os donos da casa, e
estreia amanhã contra os eslovacos. Nas linhas abaixo, segue um raio-x completo
do elenco brasileiro:
GOLEIROS
Marcos Felipe
(Fluminense)
Um dos mais experientes do elenco, Marcos Felipe chegou a
ser inscrito na Copa Libertadores e a ficar no banco de alguns jogos do time
principal do Fluminense em 2013. Alto, esguio e com porte de goleiro,
impressiona pela elasticidade e pelos reflexos apurados para a idade, além de
ser um especialista em defender pênaltis. Deverá ser o titular.
Thiago (Flamengo)
Talvez o melhor goleiro que a base rubro-negra já produziu
desde Júlio César. Ágil e muito bom tecnicamente, é muito amigo de Marcos e os
dois sempre disputaram posição na Seleção. É um ótimo reserva e nessa posição
não há muito com o que se preocupar, embora falhas sejam normais na idade. Há,
no entanto, uma pequena preocupação com sua estatura para o futuro.
Gabriel (Coritiba)
Goleiro com características semelhantes às de Thiago,
Gabriel teve um bom desempenho na Copa do Brasil Sub-17, mostrando velocidade e
elasticidade. Mas não deverá ter oportunidades no Mundial.
LATERAIS DIREITOS
Auro (São Paulo)
Meia de orígem, virou lateral por excesso de concorrência no
clube, mas suas atuações recentes pela Seleção não chegam a empolgar. Jogador
leve, rápido e esforçado e titular inicialmente em uma posição carente na sua
geração.
Jeferson (Ponte
Preta)
Um pouco mais forte fisicamente do que o concorrente, Jeferson
marca melhor, mas também está longe de ser brilhante. Deverá travar uma disputa
boa pela posição com Auro.
LATERAIS ESQUERDOS
Abner (Coritiba)
Um dos destaques do Sul-Americano Sub-17, Abner viu sua vida
mudar rapidamente. O lateral revelado no PSTC-PR chegou a atuar nos
profissionais do Coritiba e em alguns jogos do sub-17 foi deslocado para o
meio-campo. Rápido e maturado fisicamente para a idade, poderá ser uma das
principais armas brasileiras na competição.
ZAGUEIROS
Lucão (São Paulo)
Capitão do time, Lucão já faz parte do elenco principal do
São Paulo e mostra muita segurança na defesa. Também foi titular no
Sul-Americano Sub-15, assim como Marcos, e se destaca, além da liderança, pela
eficiência nas disputas físicas e no jogo aéreo, além de ser muito seguro nas
rebatidas.
Eduardo
(Internacional)
Mostrou instabilidade no Sul-Americano e nos amistosos antes
do Mundial, mas é forte fisicamente e tem muita velocidade, talvez a melhor
recuperação entre todos os zagueiros. É uma aposta do Internacional, que
revelou menos zagueiros do que atacantes nos últimos anos.
Léo Pereira (Atlético
Paranaense)
Canhoto, pode jogar também como lateral esquerdo e é mais
técnico do que Eduardo. Já teve passagens pelo time principal do Furacão, e
poderá ser uma opção para a reserva de Abner quando o time precisar se
defender.
Léo Mendes
(Internacional)
Zagueiro firme, de força, é seguro, mas não muito alto para
a posição (apenas 1,83m) e nem tão veloz. Deverá compor o elenco durante o
torneio.
VOLANTES
Gustavo (São Paulo)
Excelente na marcação e no passe, Gustavo é hoje o melhor
primeiro volante do Brasil. Chamado carinhosamente de "Pira" pelos
companheiros de clube (por ser de Piracicaba, interior de São Paulo), não
aparece tanto em campo, mas é fundamental para a fluidez de jogo do time. Tem
tudo para crescer ainda mais nos próximos anos.
Danilo (Vasco)
Alto e magro, Danilo foi titular no Sul-Americano Sub-15
como meia de criação. Recuou para atuar como volante e fez alguns bons jogos,
mostrando habilidade com a bola no pé. Taticamente, porém, ainda precisa
evoluir, mas as passagens pela Seleção Sub-20 e a venda precoce para o exterior
(deverá ir para o Braga-POR em 2014) indicam que se trata de um grande jogador.
Thiago Maia (Santos)
Jogador de bom porte físico, é o mais marcador dos volantes
brasileiros. O roraimense é um dos dois jogadores nascidos em 1997 do elenco (o
outro é o goleiro Gabriel, do Coritiba)
MEIAS
Caio Rangel
(Flamengo)
Quando ainda era sub-15, chegou a ser comparado com o
capetinha Edílson. Joga pelos lados do campo, é muito driblador e capaz de
decidir jogos complicados, mas ainda peca pelo excesso de individualismo em
alguns momentos. É apelidado de Ratchu pelos companheiros, e se destaca também
pela força física.
Nathan (Atlético
Paranaense)
Meia que chega muito bem à área do adversário, atua
centralizado, descrito como "um jogador de futsal". Dribles curtos,
boa capacidade física e facilidade para fazer gols. Por não ter atuado no
Sul-Americano, ainda desperta algumas dúvidas se deve realmente ser o dono da
camisa 10 do time, mas quem o acompanha de perto afirma que tem potencial de
sobra para exercer a função. Nascido em Blumenau-SC, começou a jogar futsal na
escolhinha da Hering antes de ser descoberto pelo Atlético Paranaense.
Gabriel Boschilia
(São Paulo)
Rápido, dinâmico e com ótimo chute de fora da área,
Boschilia começou a jogar no Guarani e mudou-se para o São Paulo em 2012.
Canhoto, cobra bem faltas e pode atuar como terceiro homem de meio-campo ou
mesmo como segundo volante em alguma necessidade.
Matheus Índio (Vasco)
Nascido e criado na Pavuna, no Rio de Janeiro, Matheus Índio
chegou ao futsal do Vasco aos sete anos e sempre encantou pela habilidade com a
perna esquerda. Nos últimos tempos, porém, perdeu espaço, recuou para jogar
como volante, e mesmo com a cobiça do Arsenal, ainda é uma incógnita e precisa
voltar a mostrar o futebol de antes para não ficar no meio do caminho.
Gabriel Barbosa
(Santos)
Atualmente o jogador mais badalado do elenco, não tem
garantida a posição de titular, mas deverá ter boas chances de conquistá-la.
Canhoto, tem muita força e ótima finalização, podendo atuar centralizado ou nos
lados do campo, e poderá começar a justificar na Seleção o apelido de Gabigol.
Kennedy (Fluminense)
Jogador com características semelhantes às de Gabigol, é
mais querido por Gallo por ter segurado as pontas no Sul-Americano Sub-17 como
centroavante. Para muitos, é o melhor sub-17 do Brasil, mas uma lesão no púbis
o atrapalha e o próprio Fluminense reclama de sua convocação.
ATACANTES
Mosquito (Atlético
Paranaense)
Com passagens por Flamengo e Vasco, Mosquito foi o
artilheiro da Seleção no Sul-Americano Sub-15, mas perdeu espaço após se
recusar a assinar com o Vasco (especula-se que teria pedido R$ 50 mil mensais)
e ficar um bom tempo sem jogar. De volta aos gramados pelo Atlético Paranaense,
recuperou a posição, mas poucos acreditam que ele seja tão decisivo quanto foi
há dois anos.
Joanderson (São
Paulo)
Centroavante alto, magro e canhoto, lembra Jô, do Atlético
Mineiro, em alguns momentos, pois também demonstra habilidade com a bola e
agilidade nos movimentos. Foi muito bem na Copa do Brasil Sub-17 pelo São
Paulo, e pode ser uma ótima opção para o jogo aéreo e para as tabelas.
QUEM PODERIA TER IDO?
A ausência mais sentida é a de Ewandro, meia-atacante canhoto
do São Paulo, que foi decisivo na Copa do Brasil e certamente merecia uma vaga.
O duro é escolher quem sairia, pois sua posição é a mais bem servida do time e
Gallo já conta com Kennedy e Gabriel. Gerson, do Fluminense, poderia atuar
centralizado, mas sofreu uma contusão. Ronaldo, do Vitória, é um ótimo goleiro
e poderia ser a terceira opção no lugar de Gabriel. Íkaro, do Fluminense, é um
ótimo volante e poderia estar na posição que Thiago Maia ocupa, assim como os
laterais esquerdos Jorge, do Flamengo, e Lorran, do Vasco, poderiam estar no
grupo se Gallo optasse por levar alguém com características semelhantes às de
Abner. Outro que poderia estar tranquilamente na lista é Robert, do Fluminense.
O QUE PENSO DESSA
GERAÇÃO?
Creio que é um time melhor do que o de 2011, a geração /94,
mas inferior à geração /92, que contava com Neymar, Coutinho, Casemiro,
Wellington Nem e Fernando, todos já com passagem pela seleção principal. Mas os
próprios resultados das duas equipes (a /94, pior, ficou em quarto lugar, e a
/92, melhor, foi eliminada na primeira fase) indicam que há uma certa imprevisibilidade
em uma categoria tão jovem. O Brasil é um dos favoritos, mas precisa fazer
valer sua melhor condição dentro de campo.
Pedro, excelente, mas muito bom mesmo.
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