quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Caso Diego Costa: precedente perigoso foi aberto com alemão-americano em 2010

A decisão de Diego Costa em atuar pela Espanha pode influir decisivamente em diversos aspectos do futebol entre Seleções. Muito se falou que o atacante tem o direito de decidir jogar por onde quiser, o que parece sensato. Também foi dito que a Fifa irá andar 50 anos para trás no tempo se permitir isso e abrir um precedente perigoso, mas na verdade ele já foi aberto. Atende pela alcunha de Jermaine Jones, e joga pelo Schalke 04, da Alemanha, como bem lembrado pelo twitteiro @MarcoGiorgette. 
Jones, 31 anos, nasceu em Frankfurt, mas é filho de um soldado americano e viveu nos Estados Unidos na infância. Retornou para a Alemanha, fez sua base futebolística por lá, atuou pela seleção alemã sub-21 em 2001 e chegou à seleção principal em 2008, disputando três amistosos sob o comando de Joachin Löw. Quando percebeu que não estava nos planos do técnico alemão, lembrou que era americano também e correu atrás das possibilidades de jogar pelos Estados Unidos.
Volante com boa capacidade física e relativa técnica, Jones rapidamente ganhou espaço na seleção americana e hoje soma 36 jogos e dois gols pelo U.S Team. Não disputou a Copa do Mundo de 2010 por causa de uma lesão, mas foi vice-campeão da Copa Ouro em 2011.
Outro caso que pode servir de base é o de Thiago Motta, que jogou a Copa ouro de 2003 pelo Brasil, que na época mandou um time sub-23 para a competição, e depois foi convocado pela seleção italiana principal. Na época, as partidas pelo Brasil foram consideradas amistosas pela comissão julgadora, e o volante jogou a Eurocopa de 2012.
A benevolência da Fifa com a questão parece não ser tão grande com os argentinos que querem atuar pelo México. Cristian Giménez, que jogou contra o Panamá pelas Eliminatórias da Copa, atuou pela seleção argentina sub-17, mesmo motivo alegado pela entidade para negar a Rubens Sambueza (aquele mesmo, ex-Flamengo) o direito de jogar pela seleção mexicana.

Ao que tudo indica, o que determina quem pode ou não mudar de país é a boa vontade de quem julga e a posição política das confederações que pedem as mudanças. Com regulamentações cada vez mais frouxas, é provável que esses casos aumentem cada vez mais e aos poucos modifiquem ou eliminem o sentido dos campeonatos entre seleções. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Monta, remonta e sobe: Sampaio chega à Série B com apostas certeiras e ajuda do imponderável

Um grande time se faz com ídolos. Mentira. Um grande time se faz com grandes jogadores, dinheiro, torcida apaixonada, inflamada, tradição construída ao longo de décadas e títulos. Verdade. Talvez. No futebol a verdade de hoje é a mentira de amanhã. Não é ciência, não há receita pronta para o sucesso, não há adjetivos na língua portuguesa que descrevam a lama emocional na qual um torcedor mergulha após uma derrota de seu time, ou o êxtase, a catarse de uma vitória. Ironicamente, esse lado inexplicável do futebol ajuda, e muito, a explicar a subida do Sampaio Corrêa para a Série B.
O time em si é bom e tem ídolos. Rodrigo Ramos, titular da meta boliviana desde 2008, Eloir (foto), volante que pode atuar como meia e inexplicavelmente jamais teve uma chance em um time de Série A. Tem torcida, um bom aporte financeiro, mas o planejamento, essa palavrinha que os profetas adoram usar para explicar tudo o que dá certo, foi pras cucuias quando Pimentinha, o craque do time na Série C, foi vendido. Preferiu ser Anderson Pimenta no quase rebaixado São Caetano, onde jogou quatro jogos, não fez nenhum gol e foi substituído em três. Além dele, Tiago Cavalcanti, vice-artilheiro da Série C com 10 gols, se mandou para o Bragantino.
Sem dupla de ataque, o jeito foi contratar uma reposição. Vieram Lucas e Leandro Kivel, e poderiam não dar certo, mas deram. O time cambaleou, sapateou, flertou, namorou, noivou e quase casou com a eliminação na primeira fase. Um gol do zagueiro-artilheiro Paulo Sérgio aos 47 minutos do segundo tempo contra o Fortaleza evitou o casório, (os cearenses, ao que tudo indica, não gostaram muito. Basta ver as cadeiras quebradas do Castelão de Fortaleza). Estava tirada a sorte grande: uma vaga no Grupo A da Série C, o mais maluco de todos os tempos de toda a história do futebol, era um bilhete premiado.
Faltava o mata-mata, o Macaé. Dois jogos separavam o céu da resignação em não aproveitar o bilhete premiado. No primeiro, um 5 a 3 que chegou a ser 5 a 1, em um Castelão superlotado. 47 mil pessoas num estádio que atualmente abriga 40 mil de maneira civilizada. O Botafogo, por exemplo, não deve ter colocado sozinho um público assim esse ano. E olha que o Botafogo está bem, bonito, lutando pela Libertadores, cheio de graça e com um craque-bilheteria, Seedorf, no meio-campo. Voltemos ao Sampaio, pois.
Em Macaé, a pressão foi pesada. Os donos da casa fizeram 1 a 0, mas Eloir, em um chute forte da entrada da área, cravou o lugar boliviano no subsolo do céu. É subsolo, alguns poderiam dizer. Mas também é céu. Questão de copo meio cheio ou meio vazio, mas para um time que em 2005 teve até as traves roubadas do próprio CT, é um grande avanço. E o herói tinha que ser Eloir, o melhor jogador do time desde sempre, o gaúcho que colocou Uruguaiana no mapa de São Luís e que agora já pode se equiparar, com esse gol decisivo, a Marcelo Baron, craque da Série C de 1997.

Em suma, o Sampaio está de volta ao seu lugar, com a força do elenco, da tradição, da torcida apaixonada e do imponderável, esse anjo da guarda que protege bêbados, crianças e times de futebol que merecem vencer. E pode querer mais, desde que se planeje para isso. Porque se brincar de montar e desmontar time igual lego durante o torneio, vai levar chumbo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Convocado por Felipão, Marquinhos poderá ser primeiro zagueiro sub-20 a disputar a Copa pelo Brasil

Abençoada pela natureza com muito talento e bem trabalhada nos clubes, a geração nascida em 1992 que disputou os Sul-Americanos Sub-17 e Sub-20 chegou rapidamente à Seleção principal. Noves fora Neymar, que é exceção em tudo, Casemiro, Lucas, Wellington Nem, Fernando e Philippe Coutinho já foram convocados, isso sem falar em Bernard e no /91 Oscar. Entre os /93 e /94, porém, a coisa é um pouco diferente. A prova disso é a convocação de Marquinhos, primeiro sub-20 chamado por Felipão em uma convocação na qual podem ser chamados jogadores europeus. Mais do que isso, é o único jogador sub-20 do Brasil com chances de ir à Copa do Mundo.
Antes de Marquinhos, outros quatro jogadores foram chamados pelo técnico brasileiro: Leandro, do Palmeiras, Dória, do Botafogo, Douglas Santos, então no Náutico e hoje no Granada-ESP, e Matheus Vidotto, do Corinthians. O zagueiro do Paris Saint-Germain, porém, é o único com chances reais de ir para a Copa do Mundo. O expoente de uma geração que perde em talento para anterior e ficará marcada pelo vexame no Sul-Americano Sub-20, do qual ele não participou (sua ida foi vetada pela Roma). Mas nem sempre foi assim.
Durante todo o período em que esteve na base do Corinthians, Mocote (apelido colocado pela família) foi reconhecido como um bom jogador, rápido, concentrado e excelente no mano a mano. Mas a altura (demorou a crescer, hoje tem 1,83m, estatura mediana para um zagueiro) fez com que sempre duvidassem da capacidade dele. Tanto que ficou de fora do Sul-Americano Sub-15, quando a dupla de zaga do Brasil foi formada por Josué, do Vitória, e Glênio, do Internacional.
Para o Sul-Americano Sub-17, Marquinhos foi relacionado nos últimos instantes. Teve excelentes atuações na Future Champions Cup em dezembro de 2010 e chamou a atenção do técnico Emerson Ávila, que acabava de assumir o cargo. Logo virou titular, ganhou a braçadeira de capitão do time e foi um dos melhores zagueiros da competição, assim como no Mundial.
A evolução continuou em 2012, com o título da Copa São Paulo pelo Corinthians. Antônio Carlos, seu companheiro de zaga, fez os dois gols da vitória por 2 a 1 contra o Fluminense, mas quem viu o jogo atentamente sabia quem sobrava na turma. Marquinhos fez um segundo tempo impecável na defesa e ali selou sua passagem para os profissionais.
Estava ali um grande zagueiro, não em tamanho, mas em potencial. E o Corinthians reparou mais no tamanho. Tite tentou colocá-lo como volante em alguns jogos, o que obviamente não deu certo. A zaga é o pedaço de chão dele, e ele precisou sair para a Roma (por uma pechincha, diga-se) para provar isso. Vendido ao PSG, continua a escrever sua história no futebol e deu hoje mais um passo para escrevê-la sob holofotes cada vez maiores.
Caso vá para a Copa do Mundo, Marquinhos será o primeiro zagueiro brasileiro a disputar o torneio com menos de 20 anos, e o 12º jogador na história do país a conseguir tal feito. Os outros 11 foram Carvalho Leite, Humberto Tozzi, Pelé, Mazzola, Coutinho, Edu, Tostão, Rivelino, Marco Antônio, Müller e Ronaldo. Apenas atacantes ou meias, com exceção do lateral esquerdo Marco Antônio.

Com salário de R$ 2 mil por mês, Thalles supera problemas disciplinares e ofusca concorrência no ataque do Vasco


Vasco e Goiás se enfrentaram pelas quartas de final da Copa do Brasil, e mais do que a digna vitória vascaína ou a classificação do time goiano, a principal novidade do futebol brasileiro foi o centroavante Thalles. Reputado por alguns como o melhor camisa 9 que surgiu na colina desde Valdir Bigode, no início dos anos 90, ele fez os dois primeiros gols do jogo, sendo o segundo deles um golaço de fora da área. Mas o prestígio dele na base vascaína nem sempre foi tão grande assim.
Após chegar ao clube em 2008, vindo do Profute, Thalles virou logo titular, mas estava longe de ser uma das estrelas da categoria. Entre os nascidos em 1995, quem sempre se destacou foi Daniel, atacante amazonense que chamava a atenção de outros clubes e olheiros e assinou em 2011, um contrato profissional ganhando um salário maior. Era a "estrela" entre os meninos nascidos em 1995. Thalles, que é nascido na cidade de São Gonçalo, jogava como meia-atacante, mas oscilava muito. Era um pouco indisciplinado, faltava a treinos, mas a situação mudou após uma conversa com o então técnico dos juvenis, Tornado, em 2012.
Depois dessa conversa, ele passou a treinar com mais frequência e seriedade, e o desempenho dentro de campo mudou. Boas atuações já no ano passado, e logo no início do ano fizeram com que o técnico Sorato o efetivasse como titular nos juniores já em seu primeiro ano na categoria. A aposta deu certo, ele foi o artilheiro do time no Campeonato Carioca da categoria com oito gols marcados, e teve participação fundamental no título do Vasco na Taça BH de Juniores. Em seu melhor jogo, fez o gol da vitória por 3 a 2 sobre o América-MG nas quartas de final.
Após a Taça BH, Thalles foi puxado para os profissionais, e a estreia como titular, apesar de antecipada pelo mau momento do time, foi bem sucedida. Com um contrato de apenas R$ 2 mil mensais, Thalles ainda vai de carona com os pais para os treinos de São Januário, mas já tem gols como profissional pelo currículo. E Daniel, que ofuscava o camisa 39 vascaíno até os juvenis, anda de carro sozinho, mas hoje é tido como um jogador problemático e luta para conseguir uma vaga entre os titulares dos juniores. Está atrás de Thalles no momento, assim como Tenorio, Leonardo e quase todos os outros centroavantes do time principal. A exceção é André, que apesar dos 11 gols no Campeonato Brasileiro, vive às turras com a torcida, mas ainda é, teoricamente, o titular.

Ao Vasco, resta agilizar para renovar o contrato não só de Thalles, que vence em março de 2015. Mas também o de Marlone e o de Jomar, também com salários baixos, sob pena de sofrer com o assédio a esses atletas em um futuro muito próximo. Mais precisamente após o fim do Campeonato Brasileiro, e muito possivelmente com o time na Série B. 

domingo, 20 de outubro de 2013

Inter investe pesado na base, mas quem aproveita são os outros clubes

Aclamado por muitos anos como o time com a melhor base do país, o Internacional segue revelando grandes jogadores, como Otávio, Valdívia, Alex Santana e outros que seguem subindo para os profissionais todos os anos. Mas, infelizmente para os gaúchos, todo esse trabalho agora é muito mais visto em outros clubes brasileiros do que no próprio Internacional.
O nome que mais simboliza isso é o de Walter, do Goiás (na foto, ainda no Inter, alguns anos e alguns quilos atrás). Formado nas categorias de base do clube, o centroavante barrigudinho é a sensação do campeonato com 11 gols e seis assistências, e pode levar o time esmeraldino para a Copa Libertadores. Os goianos estão na quinta colocação com 46 pontos e já conseguem avistar de longe os calcanhares de Botafogo, Grêmio e Atlético Paranaense. No Goiás também está Eduardo Sasha, que um dia foi apontado como o substituto de Taison, mas que jamais teve uma chance real, ao contrário de Walter, que foi até bem vendido para o Porto.
Outro que também passou pela base colorada e não foi muito aproveitado no time de cima é Ricardo Goulart. Atualmente titular do Cruzeiro, líder do Brasileirão, ele foi formado no Santo André, mas teve uma passagem pelo Inter B durante muito tempo e alguns técnicos chegaram a utilizá-lo no time de cima. Mas jamais teve uma sequência, e a chegada do medalhão Forlán acabou com qualquer possibilidade de espaço para ele.

Além deles, podem ser citados os casos de Rafael Sóbis, do Fluminense e Pato, do Corinthians, ambos muito bem vendidos, mas só o primeiro (bicampeão da Libertadores) com sequência grande de jogos no time principal. Samuel, hoje na reserva do Fluminense e importante em vários momentos do título brasileiro de 2012, sequer chegou a estrear nos profissionais. Todos são frutos de um trabalho específico com o ex-jogador de futsal Ortiz que já rendeu ótimos resultados ao clube, que por ironia do destino - ou escolha da diretoria - investe pesado em nomes não revelados por lá, como o supracitado Forlán, Caio Canedo e Rafael Moura.

sábado, 19 de outubro de 2013

As grandes lorotas do futebol brasileiro

Um ditado bastante popular dentro do futebol é o de que a verdade de hoje é a mentira de amanhã. Algumas lorotas, no entanto, já são bastante conhecidas no meio, mas há sempre um coração trouxa bem intencionado para comprá-las. Afinal, só existe lorota porque há uma grande demanda mundial por elas, há quem necessite de ilusão para viver e seja feliz com isso. Sem mais filosofias, vamos a algumas das grandes lorotas do futebol brasileiro no momento.
"Antigamente se tinha mais amor à camisa"
No tempo em que se morria de tifo e se andava de carro de boi, jogadores já gostavam de dinheiro. E seguem gostando, não há nada de errado nisso. O que há nesse caso é um saudosismo piegas, uma tentativa de se glamourizar um passado e enganar os mais desavisados.
"Aqui não entra mais jogador de empresário"
Essa parou um pouco de ser contada, mas volta e meia é lembrada por alguém. Amigo, hoje 99,9% dos jogadores conversam com o mundo por intermédio de seus empresários. E quem não quiser negociar com eles só tem um remédio: não se envolver com o esporte, sentar na poltrona de casa e comprar um cachorro.
"O Brasil precisa resgatar sua identidade, sua essência futebolística"
Essa é outra bem contada e encampada por muita gente, sobretudo quando a Seleção não está bem. E tenha a certeza de que 90% das pessoas que usam essa frase, quando perguntadas sobre o que é a identidade futebolística brasileira, utilizarão termos como "drible", "irreverência" e "futebol-moleque".
Vencemos por causa do planejamento
Essa é uma meia-verdade, porque o imponderável faz parte do futebol. "Ah, mas nos pontos corridos, a coisa é diferente, o Cruzeiro se planejou e colhe os frutos". Com todo o respeito, ninguém se planeja para ser campeão com quatro, cinco rodadas de antecedência, contratando os jogadores que o Cruzeiro contratou.
Compactação

Um conceito moderno e importantíssimo do futebol que está sendo usado como termo genérico para tudo e se tornou a palavra da moda. É sempre bom desconfiar quando alguém bate muito nessa tecla e analisar com o olho para verificar a coerência entre discurso e prática.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Hernane e outros 10 Brasileiros que cairiam bem na Premier League

Um dos ditados mais sábios do futebol mundial é aquele que diz que um pereba na Premier League vale mais do que um bom jogador em vários lugares do mundo. Faz sentido, afinal, desde que os Beatles surgiram, foi convencionado informalmente que tudo na Inglaterra é cool, é bacana, é descolado. Mas isso, enfim, não tem a menor importância. O fato é que o amigo Márvio dos Anjos (o @marvio) disse em sua conta no Twitter, que Hernane, o Brocador, é jogador para o futebol inglês. E cá entre nós, em um universo no qual Chamakh, Jerome e outros broncos têm chance, o Brocador também poderia ser testado.
Além de concordar,recomendarei outros 10 nomes de respeito do futebol daqui para integrar equipes no mais sensacional campeonato do universo, além, é claro, de Wellington Paulista, injustiçado pelo destino no West Ham. Eis os nomes:
Carlos Alberto (Sem clube)
A Premier League está carente de "malucos" desde as aposentadorias de Gascoigne e Cantona. E Joey Barton precisa de um desafiante à altura. Carlos Alberto está sem clube, e poderia retomar a carreira por cima. Bom negócio para os dois lados.
Henrique (Botafogo)
Cairia bem no Chelsea para atuar novamente ao lado de Oscar, com quem atuou no São Paulo (os tricolores em geral não gostam dos dois, por motivos diferentes). Afinal, os Blues já contam com Fernando Torres, um centroavante  que não faz gols, e ele iria manter o padrão de qualidade.
Maikon Leite (Náutico)
Run, Maikon, Run. Os ingleses adoram jogadores que correm muito, e nesse aspecto, Maikon Leite é o que há de melhor no Brasil. Tem cacife até para rivalizar com o papa-léguas Walcott.
Willians (Internacional)
É um nome de fácil pronúncia para os ingleses e um marcador daqueles que cairia muito bem em um time tradicional e irrelevante, tipo o Crystal Palace (Palácio de Cristal em português).
Egídio (Cruzeiro)
O melhor lateral esquerdo do Campeonato Brasileiro é um exímio cruzador. Consagraria ainda mais grandalhões como Peter Crouch em um Stoke City da vida. Ou como futuro substituto de Baines em um time de azul.
Jomar (Vasco)
Jomar é parecido com Odvan, que por sua vez é parecido com Sol Campbell, ídolo do Arsenal e ex-ídolo do Tottenham. Desconfio que seja superior aos dois.
Rafael Marques (Botafogo)
Na Inglaterra, Gudjohnsen já foi visto como promessa e Agbonlahor já foi chamado de craque. Só isso já justificaria uma oportunidade ao agora ídolo da massa botafoguense.
Marquinhos (Vitória)
Rápido, habilidoso e finalmente decisivo, Marquinhos finalmente evolui rumo ao estrelato que sua carreira prometeu um dia. A ponto de baianos fãs da EPL chancelarem sua qualidade. "É quase um Welbeck".
Corrêa (Portuguesa)
Corrêa é o típico volante que os ingleses adoram. Bate na bola como poucos, quase não erra passes, e por já ser veterano, não iria por um grande custo. Uma espécie de Lampard Genérico.
Feijão (Bahia)

Volante revelado na base do Bahia. Seria engraçado vê-lo atuando ao lado de algum inglês com sobrenome Rice, só pelos trocadilhos de "feijão com arroz" que poderiam surgir.

Guia: Quem é quem na Seleção Brasileira que disputará o Mundial Sub-17

Nesta quarta-feira, começa o Mundial Sub-17, e como vocês sabem, escrevi sobre divisões de base no finado (e em processo de ressurreição) Olheiros.net. A Seleção Brasileira, que se classificou com a terceira colocação no Sul-Americano Sub-17 (embora de maneira invicta), está no Grupo A do torneio, ao lado de Honduras, Eslováquia, e Emirados Árabes Unidos, os donos da casa, e estreia amanhã contra os eslovacos. Nas linhas abaixo, segue um raio-x completo do elenco brasileiro:
GOLEIROS
Marcos Felipe (Fluminense)
Um dos mais experientes do elenco, Marcos Felipe chegou a ser inscrito na Copa Libertadores e a ficar no banco de alguns jogos do time principal do Fluminense em 2013. Alto, esguio e com porte de goleiro, impressiona pela elasticidade e pelos reflexos apurados para a idade, além de ser um especialista em defender pênaltis. Deverá ser o titular.
Thiago (Flamengo)
Talvez o melhor goleiro que a base rubro-negra já produziu desde Júlio César. Ágil e muito bom tecnicamente, é muito amigo de Marcos e os dois sempre disputaram posição na Seleção. É um ótimo reserva e nessa posição não há muito com o que se preocupar, embora falhas sejam normais na idade. Há, no entanto, uma pequena preocupação com sua estatura para o futuro.
Gabriel (Coritiba)
Goleiro com características semelhantes às de Thiago, Gabriel teve um bom desempenho na Copa do Brasil Sub-17, mostrando velocidade e elasticidade. Mas não deverá ter oportunidades no Mundial.
LATERAIS DIREITOS
Auro (São Paulo)
Meia de orígem, virou lateral por excesso de concorrência no clube, mas suas atuações recentes pela Seleção não chegam a empolgar. Jogador leve, rápido e esforçado e titular inicialmente em uma posição carente na sua geração.
Jeferson (Ponte Preta)
Um pouco mais forte fisicamente do que o concorrente, Jeferson marca melhor, mas também está longe de ser brilhante. Deverá travar uma disputa boa pela posição com Auro.
LATERAIS ESQUERDOS
Abner (Coritiba)
Um dos destaques do Sul-Americano Sub-17, Abner viu sua vida mudar rapidamente. O lateral revelado no PSTC-PR chegou a atuar nos profissionais do Coritiba e em alguns jogos do sub-17 foi deslocado para o meio-campo. Rápido e maturado fisicamente para a idade, poderá ser uma das principais armas brasileiras na competição.
ZAGUEIROS
Lucão (São Paulo)
Capitão do time, Lucão já faz parte do elenco principal do São Paulo e mostra muita segurança na defesa. Também foi titular no Sul-Americano Sub-15, assim como Marcos, e se destaca, além da liderança, pela eficiência nas disputas físicas e no jogo aéreo, além de ser muito seguro nas rebatidas.
Eduardo (Internacional)
Mostrou instabilidade no Sul-Americano e nos amistosos antes do Mundial, mas é forte fisicamente e tem muita velocidade, talvez a melhor recuperação entre todos os zagueiros. É uma aposta do Internacional, que revelou menos zagueiros do que atacantes nos últimos anos.
Léo Pereira (Atlético Paranaense)
Canhoto, pode jogar também como lateral esquerdo e é mais técnico do que Eduardo. Já teve passagens pelo time principal do Furacão, e poderá ser uma opção para a reserva de Abner quando o time precisar se defender.
Léo Mendes (Internacional)
Zagueiro firme, de força, é seguro, mas não muito alto para a posição (apenas 1,83m) e nem tão veloz. Deverá compor o elenco durante o torneio.
VOLANTES
Gustavo (São Paulo)
Excelente na marcação e no passe, Gustavo é hoje o melhor primeiro volante do Brasil. Chamado carinhosamente de "Pira" pelos companheiros de clube (por ser de Piracicaba, interior de São Paulo), não aparece tanto em campo, mas é fundamental para a fluidez de jogo do time. Tem tudo para crescer ainda mais nos próximos anos.
Danilo (Vasco)
Alto e magro, Danilo foi titular no Sul-Americano Sub-15 como meia de criação. Recuou para atuar como volante e fez alguns bons jogos, mostrando habilidade com a bola no pé. Taticamente, porém, ainda precisa evoluir, mas as passagens pela Seleção Sub-20 e a venda precoce para o exterior (deverá ir para o Braga-POR em 2014) indicam que se trata de um grande jogador.
Thiago Maia (Santos)
Jogador de bom porte físico, é o mais marcador dos volantes brasileiros. O roraimense é um dos dois jogadores nascidos em 1997 do elenco (o outro é o goleiro Gabriel, do Coritiba)
MEIAS
Caio Rangel (Flamengo)
Quando ainda era sub-15, chegou a ser comparado com o capetinha Edílson. Joga pelos lados do campo, é muito driblador e capaz de decidir jogos complicados, mas ainda peca pelo excesso de individualismo em alguns momentos. É apelidado de Ratchu pelos companheiros, e se destaca também pela força física.
Nathan (Atlético Paranaense)
Meia que chega muito bem à área do adversário, atua centralizado, descrito como "um jogador de futsal". Dribles curtos, boa capacidade física e facilidade para fazer gols. Por não ter atuado no Sul-Americano, ainda desperta algumas dúvidas se deve realmente ser o dono da camisa 10 do time, mas quem o acompanha de perto afirma que tem potencial de sobra para exercer a função. Nascido em Blumenau-SC, começou a jogar futsal na escolhinha da Hering antes de ser descoberto pelo Atlético Paranaense.
Gabriel Boschilia (São Paulo)
Rápido, dinâmico e com ótimo chute de fora da área, Boschilia começou a jogar no Guarani e mudou-se para o São Paulo em 2012. Canhoto, cobra bem faltas e pode atuar como terceiro homem de meio-campo ou mesmo como segundo volante em alguma necessidade.
Matheus Índio (Vasco)
Nascido e criado na Pavuna, no Rio de Janeiro, Matheus Índio chegou ao futsal do Vasco aos sete anos e sempre encantou pela habilidade com a perna esquerda. Nos últimos tempos, porém, perdeu espaço, recuou para jogar como volante, e mesmo com a cobiça do Arsenal, ainda é uma incógnita e precisa voltar a mostrar o futebol de antes para não ficar no meio do caminho.
Gabriel Barbosa (Santos)
Atualmente o jogador mais badalado do elenco, não tem garantida a posição de titular, mas deverá ter boas chances de conquistá-la. Canhoto, tem muita força e ótima finalização, podendo atuar centralizado ou nos lados do campo, e poderá começar a justificar na Seleção o apelido de Gabigol.
Kennedy (Fluminense)
Jogador com características semelhantes às de Gabigol, é mais querido por Gallo por ter segurado as pontas no Sul-Americano Sub-17 como centroavante. Para muitos, é o melhor sub-17 do Brasil, mas uma lesão no púbis o atrapalha e o próprio Fluminense reclama de sua convocação.
ATACANTES
Mosquito (Atlético Paranaense)
Com passagens por Flamengo e Vasco, Mosquito foi o artilheiro da Seleção no Sul-Americano Sub-15, mas perdeu espaço após se recusar a assinar com o Vasco (especula-se que teria pedido R$ 50 mil mensais) e ficar um bom tempo sem jogar. De volta aos gramados pelo Atlético Paranaense, recuperou a posição, mas poucos acreditam que ele seja tão decisivo quanto foi há dois anos.
Joanderson (São Paulo)
Centroavante alto, magro e canhoto, lembra Jô, do Atlético Mineiro, em alguns momentos, pois também demonstra habilidade com a bola e agilidade nos movimentos. Foi muito bem na Copa do Brasil Sub-17 pelo São Paulo, e pode ser uma ótima opção para o jogo aéreo e para as tabelas.
QUEM PODERIA TER IDO?
A ausência mais sentida é a de Ewandro, meia-atacante canhoto do São Paulo, que foi decisivo na Copa do Brasil e certamente merecia uma vaga. O duro é escolher quem sairia, pois sua posição é a mais bem servida do time e Gallo já conta com Kennedy e Gabriel. Gerson, do Fluminense, poderia atuar centralizado, mas sofreu uma contusão. Ronaldo, do Vitória, é um ótimo goleiro e poderia ser a terceira opção no lugar de Gabriel. Íkaro, do Fluminense, é um ótimo volante e poderia estar na posição que Thiago Maia ocupa, assim como os laterais esquerdos Jorge, do Flamengo, e Lorran, do Vasco, poderiam estar no grupo se Gallo optasse por levar alguém com características semelhantes às de Abner. Outro que poderia estar tranquilamente na lista é Robert, do Fluminense.
O QUE PENSO DESSA GERAÇÃO?

Creio que é um time melhor do que o de 2011, a geração /94, mas inferior à geração /92, que contava com Neymar, Coutinho, Casemiro, Wellington Nem e Fernando, todos já com passagem pela seleção principal. Mas os próprios resultados das duas equipes (a /94, pior, ficou em quarto lugar, e a /92, melhor, foi eliminada na primeira fase) indicam que há uma certa imprevisibilidade em uma categoria tão jovem. O Brasil é um dos favoritos, mas precisa fazer valer sua melhor condição dentro de campo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Refugiados de guerra formam base da Bósnia que vem para a Copa do Mundo

Além de mortos, feridos, mutilados, mudanças de fronteiras e diversas consequências maiores, as guerras do Século XX mudaram a geografia do futebol mundial. E uma dessas mudanças ainda é uma jovem adulta de 21 anos. Reconhecida como um país independente no dia 6 de abril de 1992, a Bósnia garantiu hoje uma vaga na sua primeira Copa do Mundo ao vencer a Lituânia por 1 a 0 e é, até agora, a única seleção estreante do torneio. Festa no país inteiro, que tem índices de desemprego altíssimos até para os padrões da Europa em crise. E sobretudo de alguns atletas que tiveram de deixar o país forçadamente durante a Guerra da Bósnia, que deixou mais de 200 mortos entre 1992 e 1995.
Ao todo, seis jogadores entre os 23 convocados para os últimos jogos das Eliminatórias para a Copa, contra Lichtenstein e Lituânia, são refugiados de guerra, quatro deles titulares. Um deles é o goleiro Asmir Begovic, que foi para a Alemanha se tornou torcedor do Bayern Munique ainda na infância e também chegou a morar no Canadá. O meia Miralem Pjanic, hoje na Roma, foi levado pela família para Luxemburgo quando tinha apenas dois anos e chegou a atuar pelas seleções de base luxemburguesas antes de optar por jogar pela Bósnia.
A história mais triste, no entanto, é a do meio-campista Haris Medujanin (foto), atualmente no Gaziantepspor-TUR. Aos sete anos, ele se mudou com a mãe e a irmã para a Holanda. O pai, no entanto, não pôde ir junto e acabou por morrer no confronto. A família do meia Sejad Salihovic mudou-se para a Alemanha, e hoje ele se destaca como um ótimo cobrador de faltas na Bundesliga atuando pelo Hoffenheim. O também meia Senad Lulic foi para a Suíça e atuou no Young Boys antes de se mudar para a Lazio-ITA. Completam a lista de refugiados o goleiro Jasmin Fejzic e o defensor Emir Bicakcic (ambos imigraram para a Alemanha).

Há também refugiados em outras seleções que vêm ao Brasil, como os suíços Xherdan Shaqiri e Granit Xhaka, nascidos em Kosovo, na mesma cidade, e amigos de infância. Ou do croata Luka Modric, que vivia mudando de endereço durante a mesma guerra da qual os bósnios fugiram e viu vários vizinhos morrerem ao longo da infância. Modric, no entanto, ainda não garantiu presença na Copa do Mundo. Terá ainda que vencer a repescagem com sua seleção.

De volta

Bom, como vocês podem ver, depois de um bom tempo de inatividade, voltarei a postar aqui. Nesta segunda-feira, deixei o Correio Braziliense, e por enquanto estou livre. A hora é de tocar projetos pessoais até arrumar o próximo emprego, e escrever coisas minhas mesmo, textos sobre qualquer assunto, sem limites de espaço ou de conteúdo. E bom, é isso, espero alimentar mais esse blog nos próximos dias.

Abraços