Vasco e Goiás se enfrentaram pelas quartas de final da Copa
do Brasil, e mais do que a digna vitória vascaína ou a classificação do time
goiano, a principal novidade do futebol brasileiro foi o centroavante Thalles.
Reputado por alguns como o melhor camisa 9 que surgiu na colina desde Valdir
Bigode, no início dos anos 90, ele fez os dois primeiros gols do jogo, sendo o
segundo deles um golaço de fora da área. Mas o prestígio dele na base vascaína
nem sempre foi tão grande assim.
Após chegar ao clube em 2008, vindo do Profute, Thalles virou
logo titular, mas estava longe de ser uma das estrelas da categoria. Entre os
nascidos em 1995, quem sempre se destacou foi Daniel, atacante amazonense que
chamava a atenção de outros clubes e olheiros e assinou em 2011, um contrato
profissional ganhando um salário maior. Era a "estrela" entre os
meninos nascidos em 1995. Thalles, que é nascido na cidade de São Gonçalo, jogava
como meia-atacante, mas oscilava muito. Era um pouco indisciplinado, faltava a
treinos, mas a situação mudou após uma conversa com o então técnico dos
juvenis, Tornado, em 2012.
Depois dessa conversa, ele passou a treinar com mais
frequência e seriedade, e o desempenho dentro de campo mudou. Boas atuações já
no ano passado, e logo no início do ano fizeram com que o técnico Sorato o
efetivasse como titular nos juniores já em seu primeiro ano na categoria. A
aposta deu certo, ele foi o artilheiro do time no Campeonato Carioca da
categoria com oito gols marcados, e teve participação fundamental no título do
Vasco na Taça BH de Juniores. Em seu melhor jogo, fez o gol da vitória por 3 a
2 sobre o América-MG nas quartas de final.
Após a Taça BH, Thalles foi puxado para os profissionais, e
a estreia como titular, apesar de antecipada pelo mau momento do time, foi bem
sucedida. Com um contrato de apenas R$ 2 mil mensais, Thalles ainda vai de
carona com os pais para os treinos de São Januário, mas já tem gols como
profissional pelo currículo. E Daniel, que ofuscava o camisa 39 vascaíno até os
juvenis, anda de carro sozinho, mas hoje é tido como um jogador problemático e
luta para conseguir uma vaga entre os titulares dos juniores. Está atrás de Thalles no momento, assim como Tenorio, Leonardo e quase todos os outros centroavantes do time principal. A exceção é André, que apesar dos 11 gols no Campeonato Brasileiro, vive às turras com a torcida, mas ainda é, teoricamente, o titular.
Ao Vasco, resta agilizar para renovar o contrato não só de
Thalles, que vence em março de 2015. Mas também o de Marlone e o de Jomar, também com salários baixos, sob pena de sofrer com o assédio a esses
atletas em um futuro muito próximo. Mais precisamente após o fim do Campeonato
Brasileiro, e muito possivelmente com o time na Série B.
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