quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Guia: Quem é quem na Seleção Brasileira que disputará o Mundial Sub-17

Nesta quarta-feira, começa o Mundial Sub-17, e como vocês sabem, escrevi sobre divisões de base no finado (e em processo de ressurreição) Olheiros.net. A Seleção Brasileira, que se classificou com a terceira colocação no Sul-Americano Sub-17 (embora de maneira invicta), está no Grupo A do torneio, ao lado de Honduras, Eslováquia, e Emirados Árabes Unidos, os donos da casa, e estreia amanhã contra os eslovacos. Nas linhas abaixo, segue um raio-x completo do elenco brasileiro:
GOLEIROS
Marcos Felipe (Fluminense)
Um dos mais experientes do elenco, Marcos Felipe chegou a ser inscrito na Copa Libertadores e a ficar no banco de alguns jogos do time principal do Fluminense em 2013. Alto, esguio e com porte de goleiro, impressiona pela elasticidade e pelos reflexos apurados para a idade, além de ser um especialista em defender pênaltis. Deverá ser o titular.
Thiago (Flamengo)
Talvez o melhor goleiro que a base rubro-negra já produziu desde Júlio César. Ágil e muito bom tecnicamente, é muito amigo de Marcos e os dois sempre disputaram posição na Seleção. É um ótimo reserva e nessa posição não há muito com o que se preocupar, embora falhas sejam normais na idade. Há, no entanto, uma pequena preocupação com sua estatura para o futuro.
Gabriel (Coritiba)
Goleiro com características semelhantes às de Thiago, Gabriel teve um bom desempenho na Copa do Brasil Sub-17, mostrando velocidade e elasticidade. Mas não deverá ter oportunidades no Mundial.
LATERAIS DIREITOS
Auro (São Paulo)
Meia de orígem, virou lateral por excesso de concorrência no clube, mas suas atuações recentes pela Seleção não chegam a empolgar. Jogador leve, rápido e esforçado e titular inicialmente em uma posição carente na sua geração.
Jeferson (Ponte Preta)
Um pouco mais forte fisicamente do que o concorrente, Jeferson marca melhor, mas também está longe de ser brilhante. Deverá travar uma disputa boa pela posição com Auro.
LATERAIS ESQUERDOS
Abner (Coritiba)
Um dos destaques do Sul-Americano Sub-17, Abner viu sua vida mudar rapidamente. O lateral revelado no PSTC-PR chegou a atuar nos profissionais do Coritiba e em alguns jogos do sub-17 foi deslocado para o meio-campo. Rápido e maturado fisicamente para a idade, poderá ser uma das principais armas brasileiras na competição.
ZAGUEIROS
Lucão (São Paulo)
Capitão do time, Lucão já faz parte do elenco principal do São Paulo e mostra muita segurança na defesa. Também foi titular no Sul-Americano Sub-15, assim como Marcos, e se destaca, além da liderança, pela eficiência nas disputas físicas e no jogo aéreo, além de ser muito seguro nas rebatidas.
Eduardo (Internacional)
Mostrou instabilidade no Sul-Americano e nos amistosos antes do Mundial, mas é forte fisicamente e tem muita velocidade, talvez a melhor recuperação entre todos os zagueiros. É uma aposta do Internacional, que revelou menos zagueiros do que atacantes nos últimos anos.
Léo Pereira (Atlético Paranaense)
Canhoto, pode jogar também como lateral esquerdo e é mais técnico do que Eduardo. Já teve passagens pelo time principal do Furacão, e poderá ser uma opção para a reserva de Abner quando o time precisar se defender.
Léo Mendes (Internacional)
Zagueiro firme, de força, é seguro, mas não muito alto para a posição (apenas 1,83m) e nem tão veloz. Deverá compor o elenco durante o torneio.
VOLANTES
Gustavo (São Paulo)
Excelente na marcação e no passe, Gustavo é hoje o melhor primeiro volante do Brasil. Chamado carinhosamente de "Pira" pelos companheiros de clube (por ser de Piracicaba, interior de São Paulo), não aparece tanto em campo, mas é fundamental para a fluidez de jogo do time. Tem tudo para crescer ainda mais nos próximos anos.
Danilo (Vasco)
Alto e magro, Danilo foi titular no Sul-Americano Sub-15 como meia de criação. Recuou para atuar como volante e fez alguns bons jogos, mostrando habilidade com a bola no pé. Taticamente, porém, ainda precisa evoluir, mas as passagens pela Seleção Sub-20 e a venda precoce para o exterior (deverá ir para o Braga-POR em 2014) indicam que se trata de um grande jogador.
Thiago Maia (Santos)
Jogador de bom porte físico, é o mais marcador dos volantes brasileiros. O roraimense é um dos dois jogadores nascidos em 1997 do elenco (o outro é o goleiro Gabriel, do Coritiba)
MEIAS
Caio Rangel (Flamengo)
Quando ainda era sub-15, chegou a ser comparado com o capetinha Edílson. Joga pelos lados do campo, é muito driblador e capaz de decidir jogos complicados, mas ainda peca pelo excesso de individualismo em alguns momentos. É apelidado de Ratchu pelos companheiros, e se destaca também pela força física.
Nathan (Atlético Paranaense)
Meia que chega muito bem à área do adversário, atua centralizado, descrito como "um jogador de futsal". Dribles curtos, boa capacidade física e facilidade para fazer gols. Por não ter atuado no Sul-Americano, ainda desperta algumas dúvidas se deve realmente ser o dono da camisa 10 do time, mas quem o acompanha de perto afirma que tem potencial de sobra para exercer a função. Nascido em Blumenau-SC, começou a jogar futsal na escolhinha da Hering antes de ser descoberto pelo Atlético Paranaense.
Gabriel Boschilia (São Paulo)
Rápido, dinâmico e com ótimo chute de fora da área, Boschilia começou a jogar no Guarani e mudou-se para o São Paulo em 2012. Canhoto, cobra bem faltas e pode atuar como terceiro homem de meio-campo ou mesmo como segundo volante em alguma necessidade.
Matheus Índio (Vasco)
Nascido e criado na Pavuna, no Rio de Janeiro, Matheus Índio chegou ao futsal do Vasco aos sete anos e sempre encantou pela habilidade com a perna esquerda. Nos últimos tempos, porém, perdeu espaço, recuou para jogar como volante, e mesmo com a cobiça do Arsenal, ainda é uma incógnita e precisa voltar a mostrar o futebol de antes para não ficar no meio do caminho.
Gabriel Barbosa (Santos)
Atualmente o jogador mais badalado do elenco, não tem garantida a posição de titular, mas deverá ter boas chances de conquistá-la. Canhoto, tem muita força e ótima finalização, podendo atuar centralizado ou nos lados do campo, e poderá começar a justificar na Seleção o apelido de Gabigol.
Kennedy (Fluminense)
Jogador com características semelhantes às de Gabigol, é mais querido por Gallo por ter segurado as pontas no Sul-Americano Sub-17 como centroavante. Para muitos, é o melhor sub-17 do Brasil, mas uma lesão no púbis o atrapalha e o próprio Fluminense reclama de sua convocação.
ATACANTES
Mosquito (Atlético Paranaense)
Com passagens por Flamengo e Vasco, Mosquito foi o artilheiro da Seleção no Sul-Americano Sub-15, mas perdeu espaço após se recusar a assinar com o Vasco (especula-se que teria pedido R$ 50 mil mensais) e ficar um bom tempo sem jogar. De volta aos gramados pelo Atlético Paranaense, recuperou a posição, mas poucos acreditam que ele seja tão decisivo quanto foi há dois anos.
Joanderson (São Paulo)
Centroavante alto, magro e canhoto, lembra Jô, do Atlético Mineiro, em alguns momentos, pois também demonstra habilidade com a bola e agilidade nos movimentos. Foi muito bem na Copa do Brasil Sub-17 pelo São Paulo, e pode ser uma ótima opção para o jogo aéreo e para as tabelas.
QUEM PODERIA TER IDO?
A ausência mais sentida é a de Ewandro, meia-atacante canhoto do São Paulo, que foi decisivo na Copa do Brasil e certamente merecia uma vaga. O duro é escolher quem sairia, pois sua posição é a mais bem servida do time e Gallo já conta com Kennedy e Gabriel. Gerson, do Fluminense, poderia atuar centralizado, mas sofreu uma contusão. Ronaldo, do Vitória, é um ótimo goleiro e poderia ser a terceira opção no lugar de Gabriel. Íkaro, do Fluminense, é um ótimo volante e poderia estar na posição que Thiago Maia ocupa, assim como os laterais esquerdos Jorge, do Flamengo, e Lorran, do Vasco, poderiam estar no grupo se Gallo optasse por levar alguém com características semelhantes às de Abner. Outro que poderia estar tranquilamente na lista é Robert, do Fluminense.
O QUE PENSO DESSA GERAÇÃO?

Creio que é um time melhor do que o de 2011, a geração /94, mas inferior à geração /92, que contava com Neymar, Coutinho, Casemiro, Wellington Nem e Fernando, todos já com passagem pela seleção principal. Mas os próprios resultados das duas equipes (a /94, pior, ficou em quarto lugar, e a /92, melhor, foi eliminada na primeira fase) indicam que há uma certa imprevisibilidade em uma categoria tão jovem. O Brasil é um dos favoritos, mas precisa fazer valer sua melhor condição dentro de campo.

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