A decisão de Diego Costa em atuar pela Espanha pode influir
decisivamente em diversos aspectos do futebol entre Seleções. Muito se falou
que o atacante tem o direito de decidir jogar por onde quiser, o que parece sensato.
Também foi dito que a Fifa irá andar 50 anos para trás no tempo se permitir
isso e abrir um precedente perigoso, mas na verdade ele já foi aberto. Atende
pela alcunha de Jermaine Jones, e joga pelo Schalke 04, da Alemanha, como bem lembrado pelo twitteiro @MarcoGiorgette.
Jones, 31 anos, nasceu em Frankfurt, mas é filho de um
soldado americano e viveu nos Estados Unidos na infância. Retornou para a
Alemanha, fez sua base futebolística por lá, atuou pela seleção alemã sub-21 em
2001 e chegou à seleção principal em 2008, disputando três amistosos sob o
comando de Joachin Löw. Quando percebeu que não estava nos planos do técnico
alemão, lembrou que era americano também e correu atrás das possibilidades de
jogar pelos Estados Unidos.
Volante com boa capacidade física e relativa técnica, Jones
rapidamente ganhou espaço na seleção americana e hoje soma 36 jogos e dois gols
pelo U.S Team. Não disputou a Copa do Mundo de 2010 por causa de uma lesão, mas
foi vice-campeão da Copa Ouro em 2011.
Outro caso que pode servir de base é o de Thiago Motta, que
jogou a Copa ouro de 2003 pelo Brasil, que na época mandou um time sub-23 para
a competição, e depois foi convocado pela seleção italiana principal. Na época,
as partidas pelo Brasil foram consideradas amistosas pela comissão julgadora, e
o volante jogou a Eurocopa de 2012.
A benevolência da Fifa com a questão parece não ser tão
grande com os argentinos que querem atuar pelo México. Cristian Giménez, que
jogou contra o Panamá pelas Eliminatórias da Copa, atuou pela seleção argentina
sub-17, mesmo motivo alegado pela entidade para negar a Rubens Sambueza (aquele
mesmo, ex-Flamengo) o direito de jogar pela seleção mexicana.
Ao que tudo indica, o que determina quem pode ou não mudar
de país é a boa vontade de quem julga e a posição política das confederações
que pedem as mudanças. Com regulamentações cada vez mais frouxas, é provável
que esses casos aumentem cada vez mais e aos poucos modifiquem ou eliminem o
sentido dos campeonatos entre seleções.
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