quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Caso Diego Costa: precedente perigoso foi aberto com alemão-americano em 2010

A decisão de Diego Costa em atuar pela Espanha pode influir decisivamente em diversos aspectos do futebol entre Seleções. Muito se falou que o atacante tem o direito de decidir jogar por onde quiser, o que parece sensato. Também foi dito que a Fifa irá andar 50 anos para trás no tempo se permitir isso e abrir um precedente perigoso, mas na verdade ele já foi aberto. Atende pela alcunha de Jermaine Jones, e joga pelo Schalke 04, da Alemanha, como bem lembrado pelo twitteiro @MarcoGiorgette. 
Jones, 31 anos, nasceu em Frankfurt, mas é filho de um soldado americano e viveu nos Estados Unidos na infância. Retornou para a Alemanha, fez sua base futebolística por lá, atuou pela seleção alemã sub-21 em 2001 e chegou à seleção principal em 2008, disputando três amistosos sob o comando de Joachin Löw. Quando percebeu que não estava nos planos do técnico alemão, lembrou que era americano também e correu atrás das possibilidades de jogar pelos Estados Unidos.
Volante com boa capacidade física e relativa técnica, Jones rapidamente ganhou espaço na seleção americana e hoje soma 36 jogos e dois gols pelo U.S Team. Não disputou a Copa do Mundo de 2010 por causa de uma lesão, mas foi vice-campeão da Copa Ouro em 2011.
Outro caso que pode servir de base é o de Thiago Motta, que jogou a Copa ouro de 2003 pelo Brasil, que na época mandou um time sub-23 para a competição, e depois foi convocado pela seleção italiana principal. Na época, as partidas pelo Brasil foram consideradas amistosas pela comissão julgadora, e o volante jogou a Eurocopa de 2012.
A benevolência da Fifa com a questão parece não ser tão grande com os argentinos que querem atuar pelo México. Cristian Giménez, que jogou contra o Panamá pelas Eliminatórias da Copa, atuou pela seleção argentina sub-17, mesmo motivo alegado pela entidade para negar a Rubens Sambueza (aquele mesmo, ex-Flamengo) o direito de jogar pela seleção mexicana.

Ao que tudo indica, o que determina quem pode ou não mudar de país é a boa vontade de quem julga e a posição política das confederações que pedem as mudanças. Com regulamentações cada vez mais frouxas, é provável que esses casos aumentem cada vez mais e aos poucos modifiquem ou eliminem o sentido dos campeonatos entre seleções. 

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