Assim como Diego Costa, Roberto Firmino não é um nome muito
conhecido no Brasil, o que não quer dizer que não seja bom de bola. Camisa 10
do Hoffenheim-ALE, o alagoano de 22 anos é o melhor jogador brasileiro da
Bundesliga até o momento, e superou, assim como vários jogadores de sucesso,
vários obstáculos, entre eles o fato de ter sido impedido de entrar na Espanha.
O episódio aconteceu em 2009. Na época, Firmino era destaque
dos juniores do Figueirense e foi convidado pelo Olympique de Marseille para
fazer testes. O clube francês mandou uma carta confirmando a intenção, e a
passagem, com escala em Madri, o que se revelaria um complicador. Na ocasião, a
Espanha mantinha uma política de restrição de entradas no país, impedindo a entrada de vários brasileiros. O meia, mesmo com a carta e
explicando tudo, foi um deles.
"Tivemos que ligar para a polícia, explicar tudo, mas
não teve jeito. Ele acabou voltando para o Brasil e retornou à França depois,
indo para Paris", revela Erasmo Damiani, hoje coordenador da base do
Palmeiras, um dos responsáveis pela chegada do jogador ao Figueirense junto ao
CRB-AL, em 2008. Sobre as características de Firmino, ele é só elogios. "É
um camisa 10 moderno, que recompõe muito bem em campo, tem um ótimo drible e se
adapta a vários esquemas táticos, pois já treinávamos assim na base do
Figueirense. Acho que isso o ajudou muito na adaptação à Europa".
Outro admirador do futebol de Firmino é Klauss Lopes Câmara,
que trabalhou por muito tempo com Damiani no Figueirense e também viu a chegada
do meia em Florianópolis. "É um menino introvertido, de falar pouco, mas
não dá trabalho nenhum fora de campo e lê o jogo como ninguém", diz
Klauss, que posteriormente repetiu a dupla com Damiani no Atlético Paranaense e
passou pelo Cruzeiro antes de ir para o Fluminense, onde trabalha atualmente.
Juntos, os dois foram campeões da Copa São Paulo pelo clube catarinense em 2008
e vices pelo Furacão, em 2009.
A aventura no Olympique não deu certo, mas logo Roberto
Firmino se firmou nos profissionais do Figueirense, ganhou a posição no time
titular e foi importantíssimo na campanha do acesso da Série B de 2010.
Rapidamente foi vendido ao Hoffenheim, se adaptou ao futebol europeu e hoje é o
destaque absoluto do time, com sete gols marcados e quatro assistências em dez
jogos disputados. Números parecidos, por exemplo, com os de Marco Reus, estrela
do Borussia Dortmund e da seleção alemã, que soma seis gols e cinco
assistências.
O sucesso não passou despercebido. Na última janela de
transferências, o Hoffenheim recebeu uma proposta de € 13 milhões para vendê-lo
e recusou. Quer pelo menos o dobro, e acha que pode conseguir. Sobre Seleção
Brasileira, o jogador afirma em seu site (com versões em português e alemão e no qual, entre
outras coisas, ele declara que era corintiano na infância) que se trata de um sonho. Convocado por
Ney Franco para a Seleção Sub-20 em 2011, poderia ter atuado no Mundial da
categoria, mas foi cortado por lesão e não foi lembrado novamente para os Jogos
Olímpicos. Há quem aposte, no entanto, que se fosse convocado para a Seleção
principal, não sairia mais do grupo, mas não parece uma conjuntura possível
para o momento, e sim para 2018.
Enquanto isso não acontece, porém, o meia segue seu caminho
na Bundesliga. E é importante que o técnico da Seleção Brasileira, seja ele
quem for após a Copa de 2014, fique de olho, assim como Felipão fez com Luiz Gustavo, apostando num
"desconhecido" que se tornou um homem de confiança na Copa das
Confederações.
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